Quando pensamos no futuro em termos de design e arquitetura, tendemos a projetar tendências fascinantes na nossa imaginação. Projetos sublimes e soluções aerodinâmicas para melhorar as nossas condições de vida na face da terra que muitas vezes parecem mais perto de uma distopia futurista, do que da realidade mais próxima. A imaginação mais poderosa e sugestiva pode unir-se ao realismo do compromisso vital com o meio ambiente e as nossas comunidades. Sinergia entre design, conforto e desenvolvimento sustentável fazem parte das preocupações mais recorrentes na obra de arquitetos, designers de interiores, urbanistas e outros responsáveis ​​para a construção e habitabilidade. Parece inegável que a máxima do “futuro da arquitetura será sustentável ou não será” está a influenciar todos os discursos, debates e iniciativas dentro do sector. Para onde nos leva o futuro da arquitetura?

“Sustentabilidade também é”… humanismo e responsabilidade ambiental

Anupama Kundoo, Um arquiteto altamente preocupado com alianças entre o bem comum universal, impacto ambiental reduzido e equilíbrio socioeconómico, é uma das 30 Visões de Sustentabilidade que tivemos o prazer de ouvir no nosso Primeiro Congresso Internacional sobre Desenvolvimento Sustentável: 30 Visões de Sustentabilidade. Kundoo leva-nos a pensar, de fato, que a arquitetura e o urbanismo devem conter uma perspectiva holística: atender às necessidades humanas sem esquecer o compromisso habitacional com o meio ambiente. Como resultado desse tipo de reflexão, questionamos o futuro do projeto arquitectónico. Ou, talvez mais especificamente, qual é o presente do futuro do design na arquitetura?

A arquitetura e o urbanismo não são alheios ao ambiente sociocultural. Uma das últimas questões debatidas dentro do sector tem a ver, por exemplo, com “inclusão”. É possível conceber uma arquitetura inclusiva que realmente aborde questões de género, classe, raça, acessibilidade, etc.? Arquitetos como John Cary refletem sobre as implicações da falta de diversidade na criação de espaços comuns. E na importância da dignificação dos referidos espaços (como, por exemplo, centros hospitalares); que vai além de assuntos relacionados com gosto ou estética.

Queremos lançar uma série de questões que pretendemos responder com a ajuda de diferentes especialistas e profissionais. E, claro, com o feedback de nossa comunidade. Contamos consigo?

  • O que entendemos por arquitetura inclusiva? A arquitetura e o urbanismo podem contribuir para questões como igualdade de género?
  • Em que ponto se encontra a tecnologia de impressão 3D na construção de edifícios?
  • Como se perfilam os programas de design do futuro? Como influenciam a realidade virtual e a realidade virtual, a concepção dos edifícios?
  • Que tipo de materiais de construção são, atualmente, os mais interessantes a nível de eficiência energética e sustentabilidade?
  • Como pode a arquitetura contribuir para a busca do bem comum, reduzindo desigualdades, e contribuindo para a economia local?
  • De que maneira as TIC (Tecnologias de informação e Comunicação) influenciam a arquitetura? Que linhas comuns se podem estabelecer entre o conhecimento e o progresso?
  • Quais são as últimas tendências no âmbito da arquitetura e do urbanismo, relacionadas com economia circular e design cradle-to-cradle? Estamos a caminho de um modelo verdadeiramente livre de resíduos?
  • Como estão a ser aceites os padrões de Passivhaus? Em que ponto se encontra o cumprimento das diretrizes europeias e a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável da ONU?
  • Os fenómenos co- e a economia colaborativa são uma realidade cada vez mais presente. De que forma a arquitetura se está a adaptar à necessidade de criação de espaços como por exemplo os espaços de coworking?
  • ¿Less is more or less is a bore? Estão a arquitetura e o design de interiores mais perto de fenómenos minimalistas e austeros como Marie Kondo? Podemos vincular o sucesso deste tipo de tendências à questão do espaço urbano enquanto bem escasso e pouco acessível?

De que forma a arquitetura do passado pode contribuir para um futuro sustentável?